Guia facinho de câmbio para viagem

Guia facinho de câmbio para viagem

 

Todo mundo que vai fazer câmbio para viagem passa por esse perrengue monetário: levo euro? levo dólar? levo real? faço câmbio aqui ou faço lá? sento no meio-fio e choro? Se você – como eu – é da galera de humanas o drama é ainda maior. A gente se confunde até com os 10% da conta do bar, imagine fazer os cálculos de câmbio em dois países, flutuação da moeda, contas de dividir e multiplicar com decimais.

A Saia preparou um guia bem facinho para você calcular o que é mais vantajoso – dólar, euro, real ou cartão – e se vale a pena comprar no Brasil ou no exterior. Tudo isso sem se confundir e perder dinheiro na hora de fazer câmbio para a viagem. Se liga nas dicas da Saia.

Para Estados Unidos, zona do euro e Inglaterra

Leve dólar, euro e libra, respectivamente. Simples assim. A não ser que você seja um especialista em câmbio (se você fosse, não estaria nem lendo esse post), não invente, por exemplo, de levar dólares pra uma viagem à França porque o dólar tá barato. Ao chegar lá, você vai ter que trocar o seu dólar baratinho por um euro por um euro carinho – e vai perder seu dinheirinho.

Para farejar uma cotação extorsiva, use a diferença entre o valor de compra e venda. Se tiver em torno de 10%, sinal verde, (galera de humanas, levem calculadora ou celular no dia de fazer o câmbio), se tiver em torno de 20%, sinal vermelho.

Para onde vale a pena levar real?

Via de regra, vale a pena levar real para Buenos Aires, Santiago do Chile, Montevideo e La Paz e para as cidades grandes de fronteira, estas inclusive oferecem cotações melhores que a capital. Se você vai passar em Santa Cruz de la Sierra, troque seus reais por bolivianos lá. Vai visitar Foz do Iguaçu e continuar viagem? Aproveite para comprar pesos argentinos.

Se você gosta de ver – e fazer as contas – para crer, cola nesse tira-teima logo aqui embaixo.

Tira-teima: fazendo as contas do câmbio para viagem 

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Para não ficar dependendo de opiniões de blogs ou fóruns sobre qual moeda levar, aprenda a calcular o que é mais vantajoso. Compare:

  •      quanto dá para comprar de moeda estrangeira aqui no Brasil com mil reais
  •      quanto dá para comprar de moeda estrangeira no seu destino com mil reais
  •      quanto dá para comprar de dólares aqui no Brasil com mil reais e quanto de moeda estrangeira você consegue comprar no seu destino com esses dólares.

Tendo esses valores, veja qual das três possibilidades dá mais em moeda estrangeira com esses queridos mil reais.  Se tiver muuuito pouca diferença para as três alternativas, a melhor opção é comprar a moeda estrangeira no Brasil. Assim você não perde tempo na viagem fazendo câmbio e não tem que trocar uma parte do dinheiro no aeroporto (para táxi e uma primeira alimentação).

Sim, dá preguiça de ligar, mandar e-mail, fazer contas – eu também tenho. Mas a economia vale a pena. Depois da segunda ou terceira viagem usando esse método já fica meio automático.

Dicas: não olhe a cotação nos sites da internet, pra saber quanto de verdade você vai desembolsar pra comprar moeda, ligue – ou mande e-mail – para bancos e casas de câmbio aqui no Brasil e no país que você vai. Não deixe de ligar para o seu banco, muitas vezes eles dão condições especiais para clientes. Não vale a pena pesquisar nas casas de câmbio dos aeroportos – elas são mais caras.

Dinheiro vivo, travel money ou cartão?

Para começar, não existe uma solução perfeita. Todas as modalidades de câmbio para viagem têm vantagens e desvantagens – como tudo na vida, né. O lance é saber como funciona e ir vendo o que é melhor para a sua situação.

  • Dinheiro vivo

Vantagens: economia. Você não paga IOF, que aumentaria em 6,08% os seus gastos.

Desvantagens: Aumenta um pouco o planejamento necessário para a sua viagem. Você tem que levar a moeda certa e pesquisar uma boa casa de câmbio para trocar a moeda. Se “para facilitar”, você troca o dinheiro na primeira casa de câmbio que encontrar – ou pior, no aeroporto – fica mais caro que pagar no cartão. Além disso, você tem que carregar com você todo o seu rico dinheirinho destinado àquela viagem – o que, dependendo do lugar, pode ser meio arriscado.

  •  Cartão de crédito

Vantagens: mais prático e seguro que levar dinheiro vivo. Você ainda pode acumular milhas com esse recurso.

Desvantagens: o tal do 6,08% do IOF. Além disso, a conversão é feita no dia do vencimento do cartão, não no dia da compra. Ou seja, se o real desvalorizar nesse período, sua fatura fica ainda mais cara.*

  • Travel Money

Vantagens: assim como o cartão de crédito, é mais seguro que levar dinheiro vivo. Como o cartão é pré-pago, a conversão é feita na hora que você coloca o dinheiro – não tem surpresas quanto à taxa de câmbio.

Desvantagens: de novo, o IOF aí encarecendo a sua viagem.

Dica extra: mesmo que você não vá pagar suas despesas com cartão de crédito, leve ele na sua viagem – e lembre-se de desbloquear para despesas internacionais, senão não adianta nada. Primeiro, e mais importante, ele pode te salvar em situações de emergência: se roubarem seu dinheiro ou aquele bom e velho “gastei mais dinheiro do que estava esperando, socorro!”. Além disso, se você for alugar um carro, ou fazer qualquer outra operação que exija caução, tem que usar o cartão de crédito.

*UPDATE

Em 23 de novembro de 2016, o Banco Central divulgou uma circular que altera as regras para a conversão em reais das compras com cartão de crédito no exterior.

Antes, conversão era feita obrigatoriamente no dia do vencimento do cartão. Com a mudança, os emissores de cartão de crédito internacionais podem usar a cotação da data da compra. Você faz a transação hoje e paga o referente à cotação de hoje. Isso é legal, não fica com aquele medinho de o real desvalorizar entre a compra e a fatura e a gente ficar (mais) pobre.

Atenção: agora os emissores de cartão PODEM usar a data da compra para fazer a conversão, não é obrigatório. A opção de conversão no vencimento da fatura continua.  Antes de ir para o exterior, vale dar aquela ligadinha  para o banco e saber qual data eles usam para a conversão.

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