O que fazer em Pucón no verão

familia vendo o por do sol na beira do lago villarica, em Pucón, Chile

O que fazer em Pucón no verão

Ao planejar essa minha viagem ao Chile, que teriam oito dias em Santiago e cinco dias em um outro lugar a escolher, o primeiro lugar que me veio à cabeça foi Valparaíso. Fiquei com aquele gostinho de quero mais da última viagem, quando pude passar só 36 horas na cidade.

Mas apesar de que eu passaria facilmente uma semana perambulando em Valpo, achei mais inteligente, já que eu tinha cinco dias para essa escapada, ir a um lugar mais longe. Vou deixar para satisfazer esse comichão valparaisiano na minha próxima viagem para o Chile, daqui a três meses.

Embora a lista de lugares que eu queira conhecer no Chile beire as dezenas – não à toa eles são eleitos ano após ano o melhor país para viajar, para turismo de aventura, para etc etc – eu não queria passar mais que doze horas em um ônibus para chegar ao meu destino. E pagar uma passagem de avião assim em cima da hora (essa viagem ao eu decidi com pouca antecedência) estava fora de cogitação.

Tendo tudo isso em vista fiquei inclinada a ir para a Araucanía ou à Região dos Lagos: florestas temperadas, vulcões com picos nevados, lagos bem verdinhos, montanhas, trilhas. A terra dos Mapuches – que não se submeteram ao domínio inca e foram a única população indígena que conseguiu resistir 350 anos à dominação espanhola – estava me chamando. Escolhi Pucón como base para esses cinco dias de visita à Araucanía. Passagens de ônibus compradas e vamos lá

Pucón

Se o tempo está claro, de qualquer parte da cidadezinha charmosa dá para ver o vulcão Villarica. Mais que uma bela paisagem, o trekking ao cume do vulcão ainda em atividade atrai aventureiros que chegam aos montes. Pucón é a meca regional para os aventureiros e não faltam atividades como mountain bike, trilhas, escaladas, rafting e canoagem no rio Trancura.

Um dia de atividades de aventura nos arredores de Pucón normalmente é seguido por uma passada (ou uma noitada, para os mais resistentes) nos restaurantes, bares e baladinhas da cidade, que tem uma boa oferta de vida noturna, especialmente na alta estação.

A cidade fica lotada durante os meses de julho, agosto, janeiro e fevereiro – especialmente em fevereiro.

Mesmo que você seja daquelas que se perde até dentro de um elevador (como eu), é difícil se desorientar em Pucón. Além de diminuta, a maioria das agencias de turismo, supermercados e restaurantes ficam na Avenida O’Higgins e nas paralelas à direita e à esquerda.

Como chegar

De avião: Pucón tem um aeroporto pequeno mas só tem vôos regulares de dezembro a março (desde Santiago pela LAN e Sky Airline). No resto do ano, o mais comum é pegar um vôo até Temuco (a 120 km). De Temuco, pega-se um transfer ou taxi até o terminal de ônibus JAC em Temuco e de lá um ônibus até Pucón.

De ônibus: desde Santiago são 790 km, percorridos em umas 10 ou 11 horas. Os ônibus são confortáveis e as estradas são bem seguras. As empresas Pullman, JAC e Turbus operam esse trecho. No Chile, o preço das passagens de ônibus aumenta em momentos de muita procura (como acontece aqui no Brasil com os tickets de avião). Nessa viagem, eu fui na véspera de um feriado, pagando 21.600 pesos (106 reais) e na volta em um “dia normal” paguei, pelo mesmo trecho 16.000 pesos (78 reais).

Onde se hospedar

Uma coisa é certa, não tem como ficar mal localizado em Pucón porque a cidade é muito pequenininha e tudo se faz a pé. Como em todas as cidades “litorâneas”, as hospedagens com vista pro lago são mais caras. Para quem quer economizar, o segredo é pular uma ou duas ruas “para trás”, continua perto de tudo e o preço cai.

Encontre aqui o seu hotel em Pucón.

O que fazer em Pucón no verão

  • Parque Nacional Huerqueque

Em torno de Pucón tem algumas reservas e parques nacionais que merecem muito uma visita para quem está com um ou dois dias extras. Eu passei dois dias no Parque Nacional Huerquehue e fiz uma das trilhas.

Não precisa nem entrar nas trilhas para encontrar coisas lindas em Huerqueue. Essa cachoeira eu vi dando uma voltinha perto do camping.

  • “Praia”

No verão, a areia em torno do lago Villarica fica lotaaaada de gente, tomando sol, com crianças, em grupos, como qualquer cidade do litoral do Brasil. No fim de tarde – ou seja, entre umas 21h30 e 22h – a praia fica mais vazia. É um convite para curtir um por-do-sol sossegado, quem sabe tomando um vinho chileno.

  • Rafting

Fiz o rafting “bajo” porque era o que estava liberado, é mais tranquilo e até rola até para quem tem um medinho de passeios de aventura. Foi a primeira vez que eu fiz rafting mas meu plano era fazer o rafting “alto” (eu tava corajosa nesse dia), que pega uma parte acima do rio e tem mais adrenalina. Porém estava interditado porque o degelo (de novo o degelo mudando a minha programação) tinha deixado o rio muito caudaloso.

casal sorrindo no bote de rafting no rio trancura em Pucón, Chile

Parte 1: divando no rafting do rio Trancura

casal remando no bote de rafting no rio trancura em Pucón, Chile

Parte 2: pegando no pesado no rafting do rio Trancura

  • Termas

Aqui tem uma pegadinha do Malandro. Em qualquer agência de turismo vão tentar te empurrar as termas geométricas como se fosse a única opção. A entrada custa de 20.000 a 28.000 pesos chilenos (98 a 137 reais) para adultos, fica a 82 km de Pucón e não tem acesso por transporte público. Os tours cobram em torno de 40.000 pesos (196 reais) pelo pacote que inclui ingresso e transporte. Outras opções de termas na região são:

  • Termas de Coñaripe: é um spa e oferece outras opções – pagas à parte – além das termas.Cobram uma entrada entre 14.000 e 20.000 pesos (69 a 98 reais).
  • O Parque Termal Menetúe tem centro de spa com opções pagas à parte, restaurante e hotel. A entrada custa de 14.000 a 18.000 pesos (69 a 88 reais)
  • O Hotel e Termas Huife é um complexo de hotel e spa que oferece um amplo leque de serviços. O ingresso para as piscinas termais custa entre 16.000 e 20.000 pesos (78 a 98 reais)
  • As Termas El Rincón cobram 12.000 pesos (59 reais) e não oferece outros serviços.

A gente foi em nas termas de Los Pozones, que fica a 36km do centro de Pucón. A entrada custou módicos 8.000 pesos (39 reais)  para um período de três horas. As termas não deixaram nada a desejar. Era tudo super bonitinho, os banheiros eram limpos, tinham muitos vestiários. Mas não espere nenhum serviço extra como massagens ou restaurantes. São as piscinas, você, o rio e as montanhas de pano de fundo. O lugar fica meio lotado nos fins de semana, principalmente em alta temporada. Eu fui em uma segunda-feira e estava assim “de cheio”:

Piscinas termais com vegetação ao fundo nas termas Los Pozones, perto de Pucón

À esquerda, as piscinas termais e à direita, atrás do corrimão, está o rio.

Mulher na piscina de com bordas de pedra e árvores ao fundo. Los Pozones, perto de Pucón

Numa segundona as termas estavam só pra mim. Delícia.

Geralmente as termas tem um preço para alta temporada (dezembro a março e o mês de julho) e baixa temporada.

  • Otras cositas

Lago Caburgua: fica a meia hora de Pucón em transporte público (sai a cada 15 minutos to terminal Caburgua, custa 700 pesos – R$ 3,43). Lá tem a Playa Blanca e a Playa Negra. Também dá para fazer os 18 km de distância em bicicleta – é fácil alugar uma em Pucón. Nesse caso ainda dá para dar uma paradinha nos Ojos de Caburgua, que fica no caminho para o lago.

Trekking no Vulcão Villarica: é o must-do de Pucón. Que eu acabei não fazendo (a gente não precisa fazer uma coisa porque ela porque ela é um must-do não é mesmo?) é um negocio realmente interessante: uma trilha (não é uma escalada) até a boca de um vulcão ativo. Wow!

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